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Julgamento sobre Moro provoca bate-boca entre Ministros no STF
Gilmar Mendes, Ministro do STF
Apesar de toda formalidade exigida pela Corte Maior deste país, vez por outra o decoro é quebrado, seja por algum Ministro mais exaltado, ou por algum advogado extasiado pelo alto grau que sua ação galgou. Quem não se lembra de Joaquim Barbosa disparando impropérios contra Gilmar Mendes que, de pronto os rebatia?
Desta vez a confusão se deu quando o Ministro Gilmar Mendes defendeu seu entendimento que contemplava à Segunda Turma a competência para julgar a suspeição de Moro. De fato, o entendimento foi acolhido pela maioria do colegiado.
Entretanto, exaltado, o Ministro Luís Roberto Barroso discordou de Gilmar Mendes e foi além, acusou o colega de corte de “manipular a jurisdição” pois segundo ele, Mendes teria “sentado em cima do processo sobre a suspeição do ex-juíz federal Sergio Moro por dois anos e só agora colocá-lo em pauta”.
“Vossa Excelência sentou em cima da vista por dois anos e ainda se acha no direito de ditar regra para os outros”, criticou Barroso. Ao fundo, Gilmar responde: “o moralismo”, e “é a pátria da imoralidade”.
Barroso continua: “Não tem moralismo nenhum. Vossa Excelência cobra dos outros o que não faz. Fica criticando o ministro Fachin depois de ter levado dois anos com o processo embaixo do braço, esperou a aposentadoria do ministro Celso, manipulou a jurisdição. Ora, depois vai e acha que pode ditar regra para os outros”.
O presidente da Corte, ministro Luiz Fux, tenta interferir na briga e encerrar a sessão, afirmando que concedeu a palavra a todos. Ao ver que a discussão começava a escalar, informa que finalizaria o julgamento. “Me perdoem, não gosto de cassar a palavra de ninguém, não gosto de cassar as palavras dos colegas, mas está encerrada a sessão”, decretou, cortando o microfone dos ministros.