Queda de piscina em Vila Velha acende alerta
Junção de fatores pode ter levado a queda da estrutura no condomínio residencial, na última quinta-feira (22)
A queda da estrutura de uma piscina, que aconteceu na noite da última quinta-feira (22), em um condomínio residencial, acendeu um alerta com relação às construções.
O acidente aconteceu no Edifício Parador, localizado no bairro Itaparica, em Vila Velha. O prédio foi entregue pela construtora Argo em 2018.
Nesse caso, ninguém ficou ferido, mas a piscina ficava em cima do estacionamento do prédio, por isso, a situação poderia ter sido ainda pior.
Desta forma fica uma dúvida, qual seria a razão para essa queda, principalmente, em um empreendimento tão novo? O Portal A7 foi atrás de respostas.
De acordo com o Engenheiro Civil e Gerente responsável pela TécniCA Engenharia e Arquitetura, Cláudio Araújo, após a queda foi realizado um parecer técnico pela defesa Civil e também pelo CREA-ES. Sobre esta situação existem alguns fatores que podem ter levado ao acidente.
“Existem alguns fatores que podem ter sido responsáveis pela queda: como erro no planejamento da obra, erro de execução (montagem das armaduras); falta de engastamento (apoio estrutural que impede todos os movimentos de rotação e translação); falta de cobrimento; e infiltração na piscina, com isso a maresia pode ter agravado o enferrujamento do aço, entre outros fatores. O que para uma conclusão, o acidente precisa ser melhor analisado através de um laudo técnico detalhado. Mas segundo o parecer técnico e a pré-análise do CREA-ES, a falta de engastamento entre o fundo da piscina e as vigas podem ter sido o fator determinante”, disse.
Cláudio ainda comentou que na verdade, não apenas um fator pode ter sido responsável pela queda, mas a junção de vários deles.
Além disso, alguns acidentes podem ser evitados durante a execução da obra. Cláudio alerta que para isso é primordial o acompanhamento do engenheiro responsável pela obra.
“A população tem a ideia de que quando se elabora um projeto, se pode construir com devida segurança, mas somente o projeto não é de fato a garantia disso. Além do projeto, necessita-se também de um acompanhamento da obra por um responsável técnico habilitado, para aí sim garantir sua regularização e a segurança estabelecida por normas e boas práticas de execução”.
E concluiu: “A questão do acompanhamento da execução de uma obra, é primordial, pois durante as visitas técnicas ou seu acompanhamento, é possível identificar uma falha, qualidade dos materiais, entre outros e garantir a fidelidade do projeto, sendo assim, é muito mais seguro do que permitir que a mão de obra tome as decisões sem consentimento do responsável técnico. Por mais que se tenha uma mão de obra qualificada, é preciso o acompanhamento técnico de todas as obras de construção pelos seus profissionais responsáveis independente do seu porte”.
Segundo a Defesa Civil de Vila Velha, após uma avaliação mais detalhada e criteriosa, realizada pelo município, juntamente com o engenheiro da Construtora Argo e um engenheiro contratado pelo condomínio, todos chegaram ao consenso de que não havia risco estrutural. A causa do acidente ainda está sendo investigado.