CRIMINALIDADE, JUSTIÇA, POLÍTICA E SEGURANÇA PÚBLICA
Por Capitão Tadeu
Nomenclaturas existentes nas sociedades, que precisam ser tratadas e ajustadas de acordo com cada responsabilização para que a sensação de tranquilidade pública seja pulsante na existência do homem como cidadão. Porém, fato é que, os atores que operam em cada seara são seres humanos. Aí a coisa complica, já que estes detentores do livre arbítrio, sentimentos, entendimentos podem divergir de ideias elaboradas para cada atuação particular, porem preciso seria que a lei fosse a força maior e guia mestra para colocar cada macaco no seu galho.
Em meio às batalhas dos juízos divergentes, os ramos responsáveis pela organização social se desgastam a ponto de se tornarem anêmicos e desacreditados, enquanto o crime com sorriso elástico se fortalece e agradece. Até parece que há um interesse esquisito por trás de tudo isso, visto que os entes competentes que deveriam se abraçar, não chegam ao consenso ideal para a desmistificação do caos latente e a sincronização da prestação de serviços de elevada relevância para a promoção da paz tão almejada pelas pessoas de bem.
Para não dizer que não falei de política, friso que é de fundamental importância destacar que a política de estado a qual deve guiar a sociedade, foi esganada pela política dos governos, que dita ordenamentos de acordo com os planos estratégicos para a gestão politiqueira de cada mandato. Um gestor apresenta um plano e quando outro vem desmancha tudo e faz outro. Dificilmente há uma continuidade do que foi construído e que até podia estar dando certo, mas por vaidades, senso de oposição, projeto de promoção pessoal, é desprezado e a sociedade fica sempre pagando caro nessa volta periódica a estaca zero. Que mau costume pode gerar a política dos governos!
A justiça segue remando em meio ao mar de tormentas que permanece bravio e difícil de navegar. Uma avalanche de leis são colocadas as mesas de juízes para que sejam aplicadas com habilidades e o dever de justiça seja apresentado a sociedade que espera sempre por ela. Mas nem sempre se pode fornecer resultados desejados, pois muitos fatores entravam o agir do judiciário, como interesses políticos, influências de poderosos sociais, desgastes da instituição e legislações que permitem manobras mirabolantes para desbancar a reta aplicação da justiça.
O crime, ah esse vai fluindo, aos trancos e barrancos caminha paralelamente ao homem desde que o mundo é mundo. É capaz de se infiltrar nos mais idôneos meios, desestabilizar carateres fortes, infernizar famílias e promover o mal em sua plenitude por onde se instala. Assim vemos a criminalidade incrustada nas sociedades se galgando no lema de que o crime vale a pena, pois a sedução às facilidades propostas, laçam muitos ao abismo da ilusão.
Acaba sobrando para a segurança pública ter que assegurar o que não há como segurar devido ao caos permitido por séries de erros, entendimentos conflitantes, ações descabidas por parte de quem deveria viabilizar para fazer valer o poder garantidor do estado-mor. Assim, o crime consegue se instalar desde instituições até as comunidades bolsões populacionais inerentes as cidades, para complicar ainda mais o complicado.
Dentre todas as modalidades do crime a que mais vem lesando a sociedade é o tráfico de drogas, que cresce cada dia mais e mais, levantando valores pecuniários astronômicos, formando grupos armados para garantir domínio territorial e econômico, aliciando adultos e menores, subjugando moradores, tecendo verdadeiros mini estados paralelos, fortes o suficiente para enfrentarem o estado legitimo constituído. E agora?
A verdade é que assistimos nas redes sociais a ostentação nas facções criminosas do poder bélico, de lucros, bens, vida boa, regada a prazeres e benefícios que são conquistados por parte dos que se alistam no crime. Uma afronta a moral e a lei. Aí entra o dever do estado através do legislativo, judiciário e na ponta da lança, a segurança pública. Mas como conciliar essas funções para a promoção das obras em prol da sociedade, sendo que as mãos não são dadas para a devida coalisão do bem contra o mal. A política reza uma coisa, a justiça outra e a segurança pública enxuga o gelo. Fica difícil resolver né?
Ainda há o que se falar nas intervenções de oportunidades por parte de veículos de informação sedentos de audiências, indivíduos dotados de discursos fraudulentos visando promoção pessoal, políticos com lábios cheios de ideologias, entes judiciais desferindo decretos e portarias contrárias a ações de forças de segurança para refrear o mal. As comunidades assim se tornaram terrenos difíceis de se operar, pois requer habilidades especiais por parte dos operadores de segurança que ainda sofrem com a incidência de todas estas questões de mazelas emanadas por aqueles que deveriam colaborar para fazer valer a lei e a ordem e não colaboram a altura.
A segurança pública acaba ficando numa sinuca de bico, pois a lei e a ordem firmam a existência desta, portanto tem como função assegurar que estas sejam preservadas. A justiça dita uma coisa, a política fala outra, o crime se projeta e se fortalece cada vez mais e a sociedade bate cabeça em meio a tanto desentendimento. É preciso que urgentemente esses entes saiam dessa síndrome de babel e falem a mesma língua para que seja garantida a perpetuação da sociedade organizada e sobrevivência da razão de existir do homem.