Projeto que busca revitalizar mananciais e preservar matas ciliares é
Senadora Rose de Freitas é alvo de operação da Polícia Federal
Ação investiga desvios em torno de R$ 9 milhões na Companhia das Docas do Espírito Santo entre 2015 e 2018. Foto: Agência Senado
A Polícia Federal deflagrou na última quarta-feira (12) a Operação Corsários, que investiga desvios na Codesa (Companhia das Docas do Espírito Santo), entre os anos de 2015 e 2018. Um dos nomes citados é o da senadora Rose de Freitas (MDB-ES).
A operação teve início a partir de uma denúncia de vantagens ilícitas por servidores da estatal. A investigação conta com a colaboração da atual gestão da companhia. Em auditoria realizada estima-se que somente em dois anos, o grupo pode ter desviado cerca de R$ 9 milhões.
Edward Dickson de Freitas, irmão da senadora e Ricardo Saiter, primo da parlamentar foram presos durante a operação. Edward de Freitas trabalhou na Companhia como coordenador de Serviços Gerais, enquanto Ricardo era coordenador de Tecnologia da Informação. Os dois foram exonerados em 2019, quando a empresa trocou de comando. Ricardo é o atual secretário parlamentar do gabinete de Rose de Freitas.
Segundo a PF, a investigação mostrou a existência de uma organização criminosa na companhia, formada por pessoas de confiança do grupo, que permitiam interferência nas licitações, superfaturamento e desvio de dinheiro público. Para receber os recursos desviados, o grupo utilizava um escritório de advocacia.
Foram cumpridos dois mandados de prisão temporária e dez mandados de busca e apreensão em residências e empresas em Vitória, Cariacica e Serra, no Espírito Santo, e em Brasília. Também foram feitas buscas e recolhidos documentos e computadores na casa da senadora.
A operação contou com a participação de 44 policiais. O grupo está sendo investigado por crimes de concussão, corrupção passiva, corrupção ativa, organização criminosa, fraude a licitações e lavagem de capitais.
Em nota oficial, a senadora disse ter sido surpreendida, logo pela manhã, pelo mandado de busca e apreensão e pelas prisões de seu irmão e seu assessor. Reafirmou não ter cometido qualquer ato ilícito ao longo dos oito mandatos exercidos na vida pública.
“Confio no reestabelecimento da verdade e na apuração das possíveis motivações que ensejaram tamanha agressão. Identifico claramente uma tentativa de desabonar minha honra e dignidade. Não cederei a pressões de qualquer natureza, venham de onde vierem. Providências legais cabíveis estão sendo tomadas para que os fatos sejam devidamente esclarecidos e apurados. Sempre exerci com coragem, ética e dedicado trabalho os mandatos que honradamente recebi do povo do Espírito Santo”, disse a parlamentar.
Concluiu informando que os demais esclarecimentos serão prestados pelos seus advogados.