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Assassino do ex-governador Gerson Camata é condenado a 28 anos de prisão
Marcos Venício Moreira Andrade terá de pagar ainda uma indenização no valor de R$ 200 mil para a família da vítima
Chegou ao fim o julgamento de Marcos Venício Moreira Andrade, assassino confesso do ex-governador do Espírito Santo, Gerson Camata. Os jurados acataram a tese defendida pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) de homicídio duplamente qualificado e porte ilegal de arma e condenaram o réu a 28 anos de prisão. Ele terá de pagar ainda uma indenização no valor de R$ 200 mil para a família da vítima.
O júri teve início na terça-feira (3) no Fórum Criminal José Mathias de Almeida Netto, no Centro de Vitória e terminou nessa quarta-feira (4) por volta de 16h30.
Gerson Camata foi assassinado com um tiro no peito no dia 26 de dezembro de 2018, na Praia do Canto, em Vitória. Marcos Venicio, que foi assessor de Camata, foi preso no mesmo dia e confessou o crime.
Segundo o promotor de Justiça Rodrigo Monteiro, que atuou na acusação, ao lado dos promotores de Justiça Leonardo Augusto de A. Cezar dos Santos e Bruno Simões Noya de Oliveira, o inconformismo com a cobrança de uma dívida judicial por parte do ex-governador foi o principal motivo para o cometimento do crime.
“Infelizmente, perdemos uma vida para um valor mesquinho. A pena em si não trará de volta o pai, o marido, o amigo, mas representa que a Justiça se sobrepõe a essa atitude vil de um assassino frio, que premeditou a morte de uma pessoa que lhe era conhecida”, disse Rodrigo Monteiro.
Em julho de 2019, a Justiça decidiu que Marcos Venicio fosse submetido a júri popular. O julgamento aconteceu dois anos após a decisão de pronúncia que decidiu submeter o réu ao júri.
Marcos Venício Moreira Andrade
Marcos Venicio é economista e era o responsável pelas finanças e pelas campanhas políticas de Camata entre os anos de 1986 e 2005. Em 2009, fez denúncias contra o ex-governador em entrevista ao jornal “O Globo”, acusando Camata de cometer supostas irregularidades, como o envio de notas fiscais frias e ter cobrado mensalidade de empreiteiras para votar projetos que fossem de interesse das empresas. Essas denúncias foram arquivadas por falta de provas.
Em razão disso, Camata ajuizou uma ação indenizatória por danos morais, que bloqueou R$ 60 mil das contas de Marcos Venicio. O ex-assessor chegou a recorrer da decisão e a multa foi reduzida para R$ 20 mil. Com o passar dos anos e com os juros cobrados, o valor triplicou, alcançando a quantia de R$ 60 mil. Em 2018, a Justiça bloqueou as contas de Marcos Venício para o pagamento da indenização.