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Civis tentam fugir do Afeganistão depois que Talibã tomou a capital
Multidões lotaram o aeroporto tentando fugir do país, o que gerou caos no aeroporto de Cabul, impedindo partidas. Foto: Reuters TV
Milhares de civis desesperados para fugir do Afeganistão lotaram o aeroporto de Cabul, nesta segunda-feira (16), depois que o Talibã tomou a capital, levando os militares norte-americanos, a suspenderem os voos de saída, no momento em que aumentam as críticas à retirada militar dos Estados Unidos.
Multidões lotaram o aeroporto tentando escapar. Algumas pessoas se agarraram a um avião de transporte que estava na pista.
Soldados norte-americanos atiraram para o alto para deter as pessoas, que tentavam embarcar à força em um voo militar, que deveria retirar diplomatas e pessoal da embaixada dos EUA, disse uma autoridade norte-americana.
Pelo menos cinco pessoas morreram em meio ao caos no aeroporto nesta segunda-feira. Uma autoridade dos EUA disse à Reuters que dois homens armados foram mortos por forças norte-americanas no local nas últimas 24 horas.
🚨Afeganistão 🇦🇫: Mais imagens do aeroporto internacional de Cabul.
O desespero continua e milhares de pessoas tentam entrar no primeiro avião que encontram, e para piorar a situação o Talibã ameaça a invadir o aeroporto a qualquer momento. pic.twitter.com/v9goFtTjjL— ivan kleber (@lordivan22) August 16, 2021
A conquista rápida de Cabul por parte do Talibã ocorre na esteira da decisão do presidente dos EUA, Joe Biden, de retirar as forças de seu país do Afeganistão depois de 20 anos de uma guerra que custou bilhões de dólares.
A velocidade com que as cidades afegãs caíram em poucos dias e o temor de uma repressão do Talibã à liberdade de expressão e a direitos das mulheres conquistados ao longo de duas décadas, provocam críticas à decisão norte-americana.
Biden, que disse que as forças afegãs tinham que reagir ao Talibã. Ele está sendo criticado pela maneira como tratou da retirada norte-americana do Afeganistão.
A essência das críticas está na falta de preparativos do governo dos Estados Unidos, tanto para remover afegãos em risco, mesmo com meses para planejar, quanto por fazer pouco para garantir que alguns progressos nos direitos das mulheres não evaporem da noite para o dia.
“Se o presidente Biden realmente não se arrepende de sua decisão de retirada, então está desconectado da realidade no que diz respeito ao Afeganistão”, disse o senador republicano Lindsey Graham, no Twitter.
O deputado republicano Jim Banks, membro do comitê dos Serviços Armados da Câmara, disse à rede Fox News: “Nunca vimos um líder americano abdicar de suas responsabilidades e liderança como Joe Biden faz. As luzes estão acesas na Casa Branca, mas não tem ninguém em casa. Onde está Joe Biden?”
Jim Messina, vice-chefe de gabinete da Casa Branca do ex-presidente Barack Obama, defendeu a decisão de Biden, dizendo que houve um consenso bipartidário segundo o qual era hora de partir.
O presidente afegão, Ashraf Ghani, fugiu no último domingo (15), quando os militantes islâmicos entraram em Cabul praticamente sem oposição, dizendo que queria evitar derramamento de sangue.
Os Estados Unidos e outras potências estrangeiras correram para retirar funcionários diplomáticos e outros, mas os Estados Unidos suspenderam temporariamente todos os voos de retirada de pessoas para tentar liberar o aeroporto, disse um oficial de defesa dos EUA à Reuters.
Suhail Shaheen, porta-voz do Talibã, disse em uma mensagem no Twitter que seus combatentes estavam sob ordens estritas de não ferir ninguém.
“A vida, a propriedade e a honra de ninguém devem ser prejudicadas, mas devem ser protegidas pelos mujahidin”, disse.
Informações: Agência Brasil