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Ascensão dos Novos Bilionários do Varejo
Empresas Inovadoras Alcançam a Marca de R$ 1 Bilhão em 2022
No último ano, um grupo de 17 empresas conquistou um feito notável no mundo do varejo brasileiro: elas ultrapassaram a barreira dos R$ 1 bilhão em vendas pela primeira vez. Em um cenário marcado por altas taxas de juros, uma economia menos robusta e desafios no ambiente de negócios, essas companhias conseguiram não apenas prosperar, mas também criar nichos específicos para seus produtos, impulsionando suas receitas. Entre as marcas notáveis que ingressaram para o seleto “clube do bilhão” estão Usaflex, Petlove e Track&Field, bem como grupos regionais como os Mercadinhos São Luiz, do Ceará.
O segredo para esse sucesso reside na habilidade dessas novas bilionárias de encontrar oportunidades específicas para seus produtos e, assim, alavancar suas receitas. A Usaflex, por exemplo, incorporou elementos de moda aos seus já conhecidos calçados confortáveis. Já a Track&Field optou por investir em experiências inovadoras e um layout diferenciado em suas lojas, atraindo clientes interessados em artigos esportivos, em um mercado historicamente dominado por marcas globais.
Por meio de abordagens distintas, cada uma dessas empresas conseguiu integrar o seleto grupo de 173 companhias que alcançaram receitas acima de R$ 1 bilhão no varejo durante 2022. Esse conjunto de empresas corresponde a mais da metade (58%) das 300 principais varejistas que operam no país, de acordo com o ranking divulgado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC). Desde o início da coleta de dados em 2015, um total de 64 empresas ingressou no prestigioso clube do bilhão.
Eduardo Terra, presidente da SBVC, observa que, apesar das adversidades enfrentadas, as grandes players com receitas superiores a R$ 1 bilhão tiveram um desempenho mais satisfatório em 2022 em comparação com outros participantes do mercado. Isso fica evidenciado pelo crescimento de 19,9% nas vendas das 300 maiores varejistas em 2022 (sem considerar a inflação), superando o avanço nominal de 14,1% registrado pelo varejo como um todo.
A análise também revela que, nos últimos oito anos, as vendas das 300 principais empresas cresceram de forma mais expressiva do que o varejo em geral. Terra enfatiza que esse cenário ressalta a importância da escala no setor e como isso pode fazer toda a diferença para o desempenho das empresas.
Contudo, atingir a marca de R$ 1 bilhão em vendas não garante um caminho livre de desafios. Terra aponta que algumas empresas prosperam após atingir esse marco, enquanto outras enfrentam dificuldades. Um dos desafios comuns é a necessidade de uma expansão mais acelerada, que frequentemente se segue ao atingir essa marca. A abertura de lojas em novas localidades exige uma gestão mais complexa, incluindo o trabalho com mais colaboradores e o estabelecimento de processos e estruturas de governança sólidos para garantir a sustentabilidade do negócio.
Dentre as 17 novas empresas bilionárias que se destacaram no ranking de 2022, oito pertencem ao setor de supermercados, três atuam no ramo de eletroeletrônicos e móveis, e outras três estão no segmento de calçados e moda esportiva. As restantes estão distribuídas entre farmácias, óticas e produtos para animais de estimação.
O significativo aumento de supermercados, principalmente os regionais, no grupo de bilionários é atribuído ao fato de que essa atividade é caracterizada por um alto volume de vendas e margens mais estreitas. Isso permite um rápido crescimento nas receitas e abre caminho para que as varejistas desse segmento alcancem a marca de bilhões.
Enquanto isso, no varejo especializado, como o de calçados e móveis, as vendas tendem a ser menores, porém as margens de lucro são maiores. Eduardo Terra observa que atingir R$ 1 bilhão em vendas não tem o mesmo peso para todos os setores, mas enfatiza que essa conquista representa um marco significativo para todas as empresas que a alcançam.