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Como são as aulas de Crossfit
Ah, as aulas de Crossfit – o território sagrado onde nossa determinação é testada, nossa resistência é forjada e nossa tendência a ser um tanto competitivo se revela em toda sua glória cômica. Deixe-me compartilhar a minha incursão pelo maravilhoso mundo das dinâmicas sociais em um Box de Crossfit.
Primeiramente, é importante destacar que o Crossfit, para aqueles que não conhecem, é uma modalidade esportiva de exercício físico em grupo, onde as aulas geralmente duram 60 minutos e ocorrem em locais amplos chamados de “Box”, que se assemelham a galpões, porém com tapete e equipamentos de ginástica.
Imagine uma manhã às 06:00 no Box, onde os alunos se reúnem para uma aula de treinamento intenso. O entusiasmo enche o ar, junto com o cheiro de energia pré-treino misturado com um toque de sono. À minha frente, encontra-se uma colega entusiasta do Crossfit, com sua garrafa d’água colorida e um sorriso que exala confiança. Afinal, ela já está nessa rotina há pelo menos 5 anos. Como sempre, meu objetivo é manter meu ritmo, ignorando qualquer competição não saudável.
O instrutor entra, na maioria das vezes com uma animação contagiante, e a música começa. Os movimentos começam de forma coordenada, quase como uma dança. Mas é aí que as coisas começam a ficar divertidas. Conforme seguimos o ritmo, trocamos olhares furtivos e subitamente todos estão calculando quem está fazendo mais repetições de agachamentos e quem está fazendo os movimentos corretamente.
Minha colega à frente, no auge de sua destreza, parece estar competindo consigo mesma, enquanto eu sou atormentado por uma competição imaginária com o rapaz atrás de mim, que parece ter uma paixão inata por realizar uma série de exercícios em uma velocidade que julgo impossível. Todos estamos dando o nosso melhor, mas nossos olhares traem nosso disfarce de não competição, revelando nossos desejos secretos de sermos os heróis invisíveis do treino.
A dinâmica social nesses momentos é um verdadeiro espetáculo. Há uma luta para manter o ritmo e, ao mesmo tempo, parecer totalmente relaxado e confiante. “Estou bem, estou bem”, murmuro para mim mesmo enquanto tento esconder o quanto minhas pernas estão tremendo depois de um minuto de exercício intenso.
Mas então, uma onda de autoconsciência nos atinge. Olhamos ao redor e percebemos que todos estão na mesma maratona de autoafirmação, cada um com seu próprio teatro mental. Minha colega da garrafinha lá do início disfarçadamente faz uma pose de “não estou nem aí”, enquanto ajusta sua blusa pela décima vez e fofoca algo baixinho com outra pessoa à sua frente. Eu contemplo seriamente a matemática do relógio na parede, como se isso fosse ajudar a passar o tempo mais rápido.
Na fase de exercícios de alta intensidade, a música se intensifica e o Coach (professor) grita palavras de encorajamento, nos empurrando para nossos limites. É nesse momento que a competitividade se transforma em uma competição de comédia. Estamos todos tentando manter um rosto destemido, mas nossas expressões de agonia e esforço nos traem completamente. No meu caso, meu rosto sempre me entrega.
Minha colega da garrafinha, que momentos atrás estava sorrindo, agora parece uma guerreira feroz em batalha. O rapaz atrás de mim parece estar reconsiderando sua escolha de vida. E eu, bem, pareço um personagem de desenho animado que acabou de pisar em uma casca de banana imaginária.
No final da aula, todos estamos ofegantes e exaustos. O professor nos aplaude por nossos esforços e nos diz para dar um tapinha nas costas do colega ao lado. Nesse momento, nossos olhares se encontram – a moça da garrafinha, o rapaz atrás de mim e eu. Rimos juntos, reconhecendo a insanidade compartilhada desses momentos competitivos.
Na dinâmica social das aulas de Crossfit, nossas tendências competitivas podem se transformar em uma comédia humana em si mesma. Enquanto lutamos por nossos próprios recordes pessoais e nos desafiamos, encontramos camaradagem nas risadas trocadas ao final. Afinal, é nesse caos organizado que encontramos força, risos e uma conexão compartilhada em nossa jornada rumo à aptidão – com todos os tropeços hilários ao longo do caminho, todas as manhãs de segunda a sexta às 06 horas da manhã.