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Hospital da Unimed Sul Capixaba participa da primeira captação de órgãos para transplante
Gesto de amor da família de paciente salvará cinco vidas
Na primeira captação de órgãos para transplante realizada no Hospital Unimed Sul Capixaba cinco pessoas serão beneficiadas. Após a morte encefálica de um paciente de 69 anos, os familiares autorizaram a doação de órgãos, tornando possível a esperança de sobrevivência para outras pessoas. Uma equipe de transplante veio de Vitória para Cachoeiro de Itapemirim, na manhã desta terça-feira (31) com o intuito de captar os órgãos.
A Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (Sesa) informou que o fígado será doado a um receptor do estado, enquanto os rins serão destinados a pacientes do Rio Grande do Sul. As córneas também serão doadas, aguardando a oportunidade de restaurar a visão de alguém que necessite.
A ação desta família ilustra a importância vital da doação de órgãos e ressalta como um gesto de amor pode salvar múltiplas vidas, mesmo para além das fronteiras do estado.
De acordo com o Ministério da Saúde os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista de espera. A lista é única, organizada por estado ou região, e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT). A retirada de órgãos só pode ser realizada após a autorização familiar. Portanto, mesmo que uma pessoa tenha dito em vida que gostaria de ser doador, a doação só acontece se a família autorizar.
O médico e coordenador da Unidade Coronariana e Neurológica (UCON), Rafael Salgado, ressalta que o transplante de órgãos pode ser a única esperança de vida ou recomeço para pessoas que necessitam de doação. “O gesto dos familiares pode beneficiar ao mesmo tempo em torno de cinco vidas”.
O processo de doação é composto por uma série de etapas sequenciais que visam garantir a segurança e transparência do mesmo. O paciente com diagnóstico de morte encefálica internado em hospital é doador em potencial. A família é informada da possibilidade de doação dos órgãos. Caso ela concorde, uma série de exames são feitos para confirmar o diagnóstico. “O manejo do potencial doador na UTI é de extrema importância para manter a viabilidade dos órgãos e tecidos, explica Salgado.
Segundo a filha do doador, justamente no dia em que seu pai passou mal, ele estava assistindo uma reportagem na televisão sobre doação de órgãos e manifestou esse desejo de ser doador com a esposa. “Até então ele nunca tinha comentado nada a respeito. Meu pai deixou muitas coisas boas em vida e essa foi a última missão dele. Ele está concluindo tudo aquilo que ele viveu, trazendo o bem para outras pessoas.
Mesmo em um momento de muita dor para a família, a filha do doador constata que é mais forte a vontade de ver a felicidade de outras famílias e levar uma nova perspectiva de vida para outras pessoas. “É um ato de fé desde o início: fé quando a gente recebe o diagnóstico, fé na decisão de doar, fé na espera, e a fé na conclusão da doação que vai salvar vidas”, finaliza.