Projeto que busca revitalizar mananciais e preservar matas ciliares é
A governança corporativa na indústria do futebol
Por Markinhos Libardi
Ainda são grandes os desafios da Governança Corporativa no segmento esportivo, em particular no futebol devido suas características e singularidade uma vez que existem diferenças consideráveis em relação aos negócios convencionais, o que requer procedimentos profundamente diferentes.
É sabido que vários clubes de futebol brasileiros suportam adversidades de todos os tipos que influem diretamente na organização e finanças dos mesmos, o que leva a reflexão que todos os clubes de futebol (e as empresas que os possuem) necessitam de melhores práticas de governança corporativa, planejamento financeiro e avaliação de risco.
Quem vive o futebol pensando somente em contratar os chamados craques, só ganhar títulos, fazer zoação com os rivais adversários e se atolar em dívidas sem seguir um roteiro competente, pode estar condenado a ficar para trás
No Brasil, a indústria do futebol cresce a cada ano e tem uma representatividade grande no PIB do país e como se apresenta como uma “Paixão nacional”, tem potencial para crescer muito mais, e consequentemente ter mais questões de gerência, riscos, controles, etc, o que reúne uma boa conjuntura para a implementação profissional dos procedimentos da Governança Corporativa.
Por outro lado, temos notado também que esse assunto tem tido alguma relevância em alguns clubes de futebol brasileiros em razão do entendimento do que isso pode representar na comercialização desportiva. São vários os modelos de gestão no futebol implantados ao redor do mundo e mesmo dentro do Brasil que foram concebidos mesmo com as dificuldades culturais, históricas e financeiras.
Talvez a dificuldade maior seja a transparência de uma organização com poderes equilibrados. Ou seja, não é mais aquele amante do clube que se torna presidente e toma as decisões ao seu bel prazer. A deliberações são pensadas no interesse de toda a instituição e seu futuro.
Por tudo que tem acontecido, estamos em um bom momento para tal metamorfose no arranjo do futebol nacional, muito em função da lei das Sociedades Anônimas de Futebol (SAF). As SAFs têm sócios com interesses diversos e muitas obrigações organizacionais que se aproximam dos negócios convencionais.
Com a prática do ESG nos clubes de futebol (Ambiental, Social e Governança – Indicador que considera temas ambientais, sociais e de governança corporativa), o futebol começa a se apresentar resguardado e atrativo para os investidores.
Não só o futebol dentro do campo tem mudado muito, como também o processo de modernização da governança dos Clubes de Futebol. É tudo ainda muito novo que precisa ser entendido pelas diversas partes interessadas seja a Confederação de Futebol, as Federações estaduais, os clubes e os torcedores nesta fase de desenvolvimento pensando no longo prazo, mas, acredito que estamos numa direção que aproximará cada vez mais os clubes de futebol a uma administração profissional, tradicional de mercado.
Markinhos Libardi é um profissional multi-mídia: Streamer, produtor de conteúdo, cantor, compositor, letrista, colunista, ator, dublador, músico, ex-apresentador de rádio, ex-bancário e técnico de futebol.